Voluntarido Jovem e Inserção Sociocultural: experiências de média duração encerram ciclo em Belém e Fortaleza
Desde julho de 2017 o Programa MAGIS Brasil iniciou a
modalidade de média duração do Eixo Voluntariado Jovem e Inserção
Sociocultural. São características desse voluntariado a dedicação integral,
durante seis meses, ao serviço voluntário, onde os (as) jovens participantes
residem em uma obra da Companhia de Jesus ou instituição parceira.
Segundo Agnaldo Duarte, diretor do Centro Magis Inaciano da
Juventude (CIJ) e Coordenador do Eixo Voluntariado Jovem, “essa modalidade de
voluntariado exige que os jovens vivenciem de forma mais profunda o desapego; afinal, são meses distantes da
família, dos amigos e da rotina a que estão acostumados”; contudo, afirma o
jesuíta, “após ouvir as partilhas, é bonito ver como os jovens foram se
tornando mais disponíveis e foram se abrindo para que essa experiência fosse,
de fato, profunda e transformadora em suas vidas”.
A jovem Tasila Fortuna (Iconha - ES) e o jovem Hermerson
Rodrigues (Fortaleza - CE) foram
acolhidos pelo Centro Magis Amazônia. Na capital paraense, os jovens realizaram
ações junto ao Centro Alternativo de Cultura (CAC), obra da Companhia de Jesus
que desenvolve ações na área de educação popular, e junto à Casa da Caridade.
Tasila partilhou que “apesar de desafiador, o voluntariado de seis meses foi um
tempo de muito consolo, um tempo de confirmar o serviço ao outro como projeto
de vida”. Hermerson ressaltou que “uma nova percepção do que realmente é ser
humano foi despertada no voluntariado, onde a empatia e a sensibilidade às
causas dos injustiçados da sociedade foram as marcas deixadas pela
experiência”.
Os jovens Alan Batista (Cachoeira do Arari - PA) e Marcos
Rodrigues (Ibatiba - ES) realizaram o voluntariado em Fortaleza, no Centro
MAGIS Inaciano da Juventude (CIJ), onde se dedicaram ao trabalho junto à
Pastoral do Povo em situação de Rua. Para Alan, “o mais difícil foi conviver
com a dor do outro, pois sentia muita angústia, um sentimento de não conseguir
mudar aquela realidade; mas aos poucos fui aprendendo a ser presença, a
construir relações fraternas e de confiança”. Marcos afirmou que “é impossível
viver o voluntariado e permanecer indiferente à tantas realidades de
sofrimento, onde há tantos apelos para a doação e serviço em prol da
transformação”.
O
Voluntariado MAGIS acontece nas fronteiras, sejam elas geográficas, econômicas,
sociais ou existenciais; onde outros não querem ou não podem ir. Além disso, é
sua característica o acompanhamento personalizado e a incorporação da pedagogia
e espiritualidades inaciana em todo o processo, capaz de acolher a cada jovem
desde as suas necessidades, limites e potencialidades.
Para
o jesuíta Edson Tomé, diretor do Centro Magis Amazônia e coordenador do Eixo
Sociambiental do Programa Magis, “o desafio dessa experiência é deslocar o
olhar do jovem e da obra que o acolhe, é promover um encontro pautado na
participação, no serviço e no diálogo entre o voluntário e o local que acolhe
esse jovem; é proporcionar a construção de relações baseadas no compromisso e
responsabilidade, mas também no afeto e na amizade”. Dessa forma, o
Voluntariado MAGIS deseja oferecer aos (às) jovens experiências
transformadoras, marcadas pelo desafio de ir ao encontro do outro e de abraçar
a “Igreja em saída”, acolhedora, com o rosto jovem e disponível para em tudo
amar e servir.
O encerramento dessa
primeira experiência de média duração é marcado também pelo início do novo
ciclo do voluntariado de seis meses. No primeiro semestre de 2018, além de
Fortaleza e Belém, Boa Vista-RR e São Paulo-SP também acolherão voluntários
(as) do Programa MAGIS Brasil. A experiência começará no início de fevereiro e
terminará no final de julho de 2018.
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